Compartilhe este conteúdo:
Conteúdo do artigo
- 1 Israel: A Terra Santa ainda é Santa?
- 2 Teologia da Terra Santa: A Promessa Bíblica e seus Limites Éticos
- 3 A Terra Santa como Dom Divino: Justiça ou Exclusividade?
- 4 O Novo Testamento e a Descentralização da Terra
- 5 O Conflito em Gaza e o Silêncio Teológico
- 6 O Profetismo Silenciado: A Igreja e sua Responsabilidade
- 7 Israel: uma Terra que Perdeu sua Santidade?
- 8 Teologia da Vida: Entre a Terra e o Sangue
- 9 Oração e Ação: O Que Podemos Fazer?
- 10 Conclusão: Repensando Israel como Terra Santa
- 11 Israel: A Terra Santa ainda é Santa?
Israel: A Terra Santa ainda é Santa?

A expressão “Israel: Terra Santa” carrega um peso histórico e espiritual profundo. No entanto, diante das imagens brutais do conflito com Gaza, do sofrimento humano e da devastação, muitos cristãos se perguntam: como reconciliar a ideia de santidade com práticas que se assemelham a um genocídio?
Portanto, este artigo propõe uma reflexão crítica e teológica sobre o atual cenário de guerra entre Israel e Palestina, questionando a permanência do título de “terra santa” à luz do Evangelho, da dignidade humana e do chamado à justiça que ecoa nas Escrituras.
Teologia da Terra Santa: A Promessa Bíblica e seus Limites Éticos
Historicamente, a ideia de “Terra Santa” nasce da promessa feita por Deus a Abraão (Gênesis 12) e é reafirmada ao longo do Antigo Testamento. No entanto, é necessário lembrar que essa promessa sempre esteve condicionada à prática da justiça, da retidão e da fidelidade. Profetas como Isaías e Amós denunciaram com veemência o abuso dos poderosos contra os pobres, mesmo em Israel. Assim, uma terra prometida que se afasta da justiça perde também sua sacralidade.
A Terra Santa como Dom Divino: Justiça ou Exclusividade?
O conceito de “dom divino” não deve ser confundido com um cheque em branco para ações políticas ou militares. Em diversas passagens bíblicas, Deus retira sua bênção quando o povo age com violência e idolatria. A Terra prometida era antes de tudo espaço de vida, não de dominação. Quando se transformam promessas em privilégios absolutos, abre-se espaço para o sofrimento dos outros — algo totalmente incompatível com a essência do Deus bíblico.
O Novo Testamento e a Descentralização da Terra
A geografia da graça não tem fronteiras
Com a encarnação de Cristo, o conceito de “terra santa” se transforma radicalmente. Jesus descentraliza Jerusalém como o único lugar da presença divina (João 4.21-24). Contudo, a santidade passa a ser relacional, não geográfica.
“Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18.20)
Assim, no Novo Testamento, a Terra Santa não é mais uma faixa de terra delimitada, mas um espaço existencial de comunhão com Deus e com o próximo.
O Conflito em Gaza e o Silêncio Teológico

A brutalidade da guerra e o genocídio ocultado
Desde 7 de outubro de 2023, o mundo assiste a uma escalada sem precedentes no conflito Israel-Palestina. O número de mortos civis, especialmente entre crianças e mulheres palestinas, tem levantado acusações sérias de genocídio e crimes de guerra.
Segundo dados da ONU e organizações como Human Rights Watch, o bloqueio, os bombardeios indiscriminados e o deslocamento forçado de populações civis em Gaza configuram violações flagrantes do direito internacional.
Como podemos, então, continuar a chamar esse solo de “terra santa” enquanto ele se banha em sangue inocente?
O Profetismo Silenciado: A Igreja e sua Responsabilidade
A ética cristã exige denúncia
A fé cristã é, por excelência, profética e não cúmplice. Isaías, Jeremias, Amós — todos denunciaram os abusos dos poderosos. No entanto, diante do atual genocídio em Gaza, parte significativa das igrejas e lideranças religiosas ocidentais permanecem em silêncio ou conivência.
“Ai dos que chamam ao mal bem, e ao bem mal” (Isaías 5.20)
Contudo, a espiritualização da política externa de Israel por certos segmentos cristãos é, em si, uma heresia contemporânea que desvirtua o coração do Evangelho.
Israel: uma Terra que Perdeu sua Santidade?

Santidade e sangue não coexistem
Dizer que “Israel é a Terra Santa” sem qualificação ética ou crítica é legitimar a violência. A terra se torna santa na medida em que promove a vida, a justiça e a misericórdia, não apenas por tradição.
O próprio Deus rejeitou Jerusalém em diversos momentos por causa da violência e da injustiça (Jeremias 7.9-11).
Portanto, a atual configuração política e militar de Israel desconstrói o ideal bíblico da terra como lugar de paz. Um regime que oprime, mata e desloca não pode ostentar a chancela da santidade.
Teologia da Vida: Entre a Terra e o Sangue
O Cristo solidário com os oprimidos
Cristo não se posicionaria ao lado dos opressores. Ele nasceu em território palestino, viveu sob opressão romana e morreu como um perseguido político. Sua aliança é com os pobres, os marginalizados e os massacrados.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9)
Como cristãos, somos chamados a romper com qualquer teologia que idolatre um Estado em detrimento da vida humana.
Oração e Ação: O Que Podemos Fazer?
- Descolonizar a leitura bíblica, entendendo que Israel moderno não é equivalente ao Israel bíblico.
- Cobrar dos líderes religiosos e políticos uma postura ética e coerente com os valores cristãos.
- Contribuir com iniciativas humanitárias que atuam em Gaza e nos territórios palestinos.
Link de auxílio humanitário:
➡️ Ajude a UNRWA (Agência da ONU para Refugiados Palestinos)
Conclusão: Repensando Israel como Terra Santa
Portanto, o conceito de “Israel: Terra Santa” precisa ser urgentemente revisado à luz das Escrituras, da ética cristã e da realidade trágica que se desenrola diante de nossos olhos. Ademais, santidade sem justiça é uma blasfêmia. Paz sem dignidade é farsa.
Chegou o momento de perguntarmos, como cristãos: estamos do lado da cruz ou dos que a impõem aos outros?
Israel: A Terra Santa ainda é Santa?
✝️ Como você, cristão ou cristã, interpreta a santidade diante da dor humana? Por fim, deixe seu comentário e compartilhe essa reflexão para que mais pessoas questionem o que de fato significa “Terra Santa”. O Evangelho exige coragem!
Publicar comentário