Compartilhe este conteúdo:

Quem Começou o Racismo? O racismo não surgiu do acaso nem faz parte da natureza humana. Na verdade, ele foi construído historicamente para atender interesses econômicos, políticos e sociais. No contexto brasileiro, essa construção tem raízes profundas na colonização e no tráfico de escravizados africanos.
Mas, afinal, quem começou o racismo? Para responder a essa pergunta, precisamos voltar no tempo e entender como as elites arquitetaram o preconceito racial como um instrumento de dominação.
Conteúdo do artigo
- 1 A invenção da ideia de raça
- 2 O papel da colonização portuguesa no Brasil
- 3 A ciência e o racismo: quando o saber serviu à opressão
- 4 Racismo estrutural: herança viva da colonização
- 5 Quem trouxe o racismo para o Brasil? E qual foi o papel da Igreja?
- 6 A falsa ideia de democracia racial
- 7 Quem foi que criou a Lei do racismo?
- 8 Quem começou o racismo? Por que essa pergunta ainda é atual?
- 9 Conclusão: então, quem começou o racismo?
- 10 📣Quem Começou o Racismo: Rompendo com o Silêncio!
A invenção da ideia de raça
Antes da colonização europeia, as diferenças entre os povos não eram vistas a partir da cor da pele. A ideia de “raça” como critério de hierarquia surgiu no período moderno, especialmente a partir do século XV, com a expansão marítima europeia.
Na busca por justificar moral e religiosamente a escravização de africanos e a dominação de povos indígenas, os europeus desenvolveram um discurso de superioridade baseado em traços físicos e culturais. Com isso, os europeus passaram a associar a cor da pele à inferioridade e a branquitude à civilização e ao progresso.
“O racismo, como o conhecemos hoje, é fruto direto do colonialismo europeu e das teorias pseudocientíficas que surgiram a partir do século XVIII.”
— Leia mais sobre isso no artigo da Fiocruz: O racismo como construção histórica
O papel da colonização portuguesa no Brasil
Quando os portugueses chegaram ao território que hoje chamamos de Brasil, em 1500, rapidamente iniciaram a exploração econômica por meio da cana-de-açúcar. Para sustentar esse modelo, milhões de africanos foram trazidos à força e escravizados.
Embora os colonizadores também tenham explorado e escravizado os povos indígenas no início, eles consolidaram a escravidão africana como principal sistema de mão de obra, o que moldou profundamente a estrutura racial do país.
Essa estrutura veio acompanhada de uma ideologia que desumanizou o negro, ao considerá-lo inferior, incapaz de civilização e destinado apenas ao trabalho forçado. Tudo isso foi sendo naturalizado e transmitido por gerações — criando as bases do racismo estrutural que persiste até hoje.
Para aprofundar: Museu Afro Brasil – História da escravidão no Brasil
A ciência e o racismo: quando o saber serviu à opressão
Entre os séculos XVIII e XIX, com o surgimento do Iluminismo e do positivismo, o racismo ganhou uma nova roupagem: a “científica”. Teorias como o darwinismo social e a frenologia começaram a afirmar que os negros eram inferiores biologicamente.
Essas ideias foram amplamente divulgadas no Brasil, principalmente no período pós-abolição (após 1888). O país passou a investir em políticas de “branqueamento” da população, incentivando a imigração europeia para diluir a presença negra e indígena.
Assim, o Estado e a elite dominante promoveram sistematicamente a exclusão social e tentaram apagar a identidade cultural afro-brasileira — algo que ainda hoje se percebe nas estruturas sociais e educacionais.
Artigo relevante: Racismo científico: a pseudociência da supremacia racial
Racismo estrutural: herança viva da colonização
A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. Não é surpreendente, portanto, que seus efeitos ainda estejam presentes nas estruturas do país. Isso é o que os estudiosos chamam de racismo estrutural — um sistema em que as desigualdades raciais estão tão naturalizadas que se tornam invisíveis para muitos.
Negros ainda são maioria entre os pobres, os desempregados, os que têm menos acesso à educação, e os que mais sofrem com a violência policial. Tudo isso não é coincidência: é consequência direta de séculos de exclusão e opressão institucionalizada.
Dica de leitura: Racismo estrutural — Silvio Almeida (livro)
Quem trouxe o racismo para o Brasil? E qual foi o papel da Igreja?
Ao refletir sobre quem trouxe o racismo para o Brasil, não podemos ignorar o papel das instituições religiosas nesse processo. Durante a colonização portuguesa, a Igreja Católica teve participação direta na legitimação da escravidão e da dominação dos povos indígenas e africanos. Embora o cristianismo pregue a igualdade entre todos os seres humanos, muitos líderes religiosos da época interpretaram as Escrituras de forma conveniente para justificar a hierarquia racial.
Além disso, missionários eram enviados para “catequizar” os escravizados, ensinando obediência e submissão como virtudes espirituais. Com isso, a Igreja, em vez de denunciar o pecado da opressão, muitas vezes reforçou estruturas de poder que sustentavam o racismo.
Hoje, parte das instituições cristãs reconhece esse passado e busca atuar em favor da justiça racial — mas compreender essa história é essencial para promover uma fé verdadeiramente libertadora.
Leitura aprofundada: O papel da Igreja no racismo — The Gospel Coalition Brasil
A falsa ideia de democracia racial
Durante o século XX, especialmente após a abolição, o Brasil criou uma narrativa de que seria um país sem preconceito, uma “democracia racial”. No entanto, essa ideia serviu apenas para mascarar as desigualdades.
Não falar sobre racismo não faz com que ele desapareça. Pelo contrário: invisibiliza a dor e as lutas da população negra. Por isso, romper com o silêncio é um passo essencial para qualquer transformação social verdadeira.
Aprofunde: Documentário “A Negação do Brasil” – Dir. Joel Zito Araújo
Quem foi que criou a Lei do racismo?
O então deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira, conhecido como Caó, criou a Lei do Racismo no Brasil, oficialmente registrada como Lei nº 7.716/1989. Ele foi o autor do projeto que transformou a prática do racismo em crime inafiançável e imprescritível, um marco importante na legislação brasileira.
Aprovada durante a redemocratização do país, a lei surgiu como resposta às demandas dos movimentos negros e à necessidade urgente de combater o preconceito racial de forma mais efetiva. Desde então, a norma tem sido um dos principais instrumentos jurídicos no enfrentamento ao racismo no Brasil.
Quem começou o racismo? Por que essa pergunta ainda é atual?
A pergunta “Quem começou o racismo?” continua extremamente relevante porque o racismo, embora tenha raízes históricas, permanece ativo nas estruturas da sociedade contemporânea. Entender sua origem ajuda a identificar como ele se manifesta hoje — seja na desigualdade de oportunidades, na violência seletiva ou na marginalização de identidades negras.
Além disso, discutir essa questão é fundamental para desconstruir narrativas equivocadas que tentam minimizar ou naturalizar o preconceito. Em outras palavras, ao revisitar o passado, conseguimos interpretar o presente com mais consciência, o que nos permite agir de forma mais justa e transformadora.
Conclusão: então, quem começou o racismo?
Sistemas de poder construíram intencionalmente o racismo como o conhecemos, com o objetivo de dominar, explorar e lucrar. No caso do Brasil, a colonização portuguesa, o tráfico de escravizados e o uso da religião e da ciência como justificativa foram pilares fundamentais para essa construção.
Saber disso não é apenas um exercício intelectual — é um ato de responsabilidade cristã, cidadã e ética. Se entendemos as raízes do problema, temos mais condições de enfrentá-lo com verdade, fé e ação.
📣Quem Começou o Racismo: Rompendo com o Silêncio!
Se este conteúdo abriu seus olhos para a origem do racismo no Brasil, compartilhe com alguém que também precisa conhecer essa verdade.
👉 E mais: assine nossa newsletter e receba reflexões profundas, teológicas e históricas direto em seu e-mail.
Publicar comentário